Na vida, o essencial é emitirem-se opiniões a priori a propósito de tudo. Efectivamente, bem se vê que as massas erram e os indivíduos têm sempre razão. É forçoso que a tal respeito nos abstenhamos de deduzir regras de conduta: para serem seguidas, estas não devem ter necessidade de ser formuladas. Existem apenas duas coisas: o amor, de todas as maneiras, com raparigas belas, e a música de Nova Orleães ou Duke Ellington. O resto deveria desaparecer, porque o resto é feio, e as poucas páginas de demonstração que se seguem vão buscar toda a força ao facto de a história ser inteiramente verdadeira, já que a imaginei de uma ponta à outra. A sua realização material, propriamente dita, consiste de uma forma essencial na projecção da realidade, em atmosfera rebatida e aquecida, sobre um plano de referência irregularmente ondulado e apresentando distorção. Como se vê, um processo confessável, a havê-los.
Nova Orleães, 10 de Março de 1946
Boris Vian, prólogo de A Espuma dos Dias
7 Comments:
Eu já gostava da tua pessoa. Da forma como vês o mundo... mas agora posso dizer: TÚ TÁS LÁ :) Deixaste-me bem disposto (apesar do fundo negro).
Boris Vian Rulez!!!
Fico contente por saber que não são apenas as fêmeas que me lêem. Mais contente fico por saber que alguém gosta da minha pessoa. :)
Marsas amori, de ti até os peixinhos gostam ;)!!!
we wall wove you!!!
É mesmo impressão minha ou esse entupiu a unica veia que levava ar ao seu cerebro?
deve ter sido da inundação que houve lá nakele sitio...
Um Mau Dia;)
Uma veia que leva ar a cérebro... LOOOOOOOOOOOOOOOL!!!
Dude, se continuas a falar assim sobre o Boris Vian, corres mesmo o risco de te rebentar alguma veia na cabeça...
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