Sou uma alma
que ri, que chora, que sente
que gane quando está triste, ofegante ou contente.

Sou um afortunado raio de luz
que dança e canta com tom eloquente
que geme com as pontas dos dedos
nas letras que solta,
nos sons e sonhos perdidos que abandona e que prende,
nos corpos que me fazem sentir um deus suado, endiabrado e envolvente.

O barulho das luzes, não deixa ninguém indiferente.

Sou um suave, elevado, estudado e natural toque quente.
Uma boa foda faz com que me esqueça que sou humano,
explosivo e aveludado animal tarado!
O mundo desaparece, o corpo viaja e toca a mente
nunca sei por quanto tempo.

Isso faz-me sentir contente.

Sou, sou um pobre podre vadio
abandonado ao prazer do azar e sorte permanente
que treme, teme, perde, desafia, confia, e que vence.

Sou um doente de coração vazio
ou então sou apenas um doente,
que diz as verdades,
que também esconde e mente,
como toda a gente,
porque toda a gente tem vontades.